ALEGRIA TRISTE
Acordo o sol d’uma manhã contente,
com sorrisos sorrindo em minha boca.
A vontade vadia e meio louca
de viver alegria tão somente.
Mas um esboço passional de gente
de olhar soluçante e fala pouca,
reza uma prece, em voz passiva e rouca,
mostrando a boca quase que sem dente.
Um menino, sem cor e sem ter nome,
pede-me pão e no pedido insiste,
na mão em riste a palidez da fome.
A alegria, então, de mim desiste,
e de meus lábios o sorriso some.
Um menino com fome me fez triste.
Odir, de passagem.