Nós mudamos!

Mudaste, como mudam as pegadas.

Mudei, tanto que entendo suas escolhas.

Mudamos, pois somos, que nem as folhas,

levados ao vento pelas estradas.

Mudaste a cor do batom nas noitadas.

Hoje, escolhes o vinho pelas rolhas

e esperas madurar para que colhas

os frutos das experiências passadas.

Creia! Mudaste, mudei... Nós mudamos!

Por tudo e por isso nos distanciamos,

coisa que, talvez, nenhum de nós quis.

Mudaste, mas não o suficiente,

visto que, como uma adolescente,

argumenta sem crença no que diz.

Inspirado no soneto “Eu não mudei...” de Lílian Maial - republicação