PARCEIRO DA NOITE


Sou parceiro da noite. No momento,
ninguém me vê na rua adormecida
onde ando silente, igual ao vento,
despercebido como a minha vida.

Passeio pelos pés do pensamento
numa espécie de volta à despedida,
a cada escuridão estando atento,
venerando visão anoitecida.

As luzes criam cantos tenebrosos,
que não sei se confino ou advento
de sonhos sensuais ou virtuosos.

As ruas passam por meu passo lento.
Visitante de vultos lutuosos,
sou parceiro da noite, no momento.

Odir, de passagem