Apósito

Meu quarto antes povoado por tua imagem até em tela,

Hoje é um deserto onde o vento não sopra, mas faz frio!

À noite sou assombrado pela carência de tua presença,

E ao dia, é o sol da meia noite no iluminar de teu sorriso!

Quem diria que após anos a te buscar e a desafiar a vida,

Esta mesma que um dia nos separou e nos uniu no amor,

Seria a que provaria que somente convivendo o dia-a-dia,

É que somos capazes de nos tornarmos um pouco melhor.

Não sei, somente tento livrar-me deste torpor, deste tédio,

Que parece que aos domingos se intensifica sem ter ação,

Pior ainda sob a melodia do eco sobejo do teu vil assédio.

Perdoe-me, então, vênia de minhas dores se a ti me ergui,

Na pretensão de te dizer que não creio mais em final feliz,

E que nesta biografia nunca olvidarei que ao amor me rendi.