MAIS UM CALVÁRIO

Não podes mais ser minha, quão triste é esta hora,

Não tenho mais onde pousar a fronte,

Partiste a minha alma ao ir embora...

E o fumo apagou meu horizonte.

Estou sem rumo como a nau perdida,

Creio na vida, mas perdi o gosto,

De amargas ilusões estou vencido.

Não há caminha a frente a ser transposto.

Não há mais borboletas sobre as flores,

Não há desejos, sonhos, e nem a fome,

Só uma dor na alma me consome.

Não há mais esperanças, nem amores,

Nem planos, tudo em mim está perdido...

E murcho, quase morto ainda vivo.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 11/07/2009
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