PERDOA, AMIGO, O MEU ENGANO!

Somos há tanto tempo grandes amigos
E em teu puro abraço jamais vi desejo!
Nossas emoções não causaram arquejo
Na vida, um do outro, infatigáveis abrigos!

Impeças minha dor incitar castigos
Ignores a tentação implícita em meu ensejo!
Pois, abro os olhos e confesso: não o vejo
Sou refém de sonhos desfeitos e antigos!

Se, de fato, sempre estiveste comigo
Guiando-me quando me perdi em desacerto!
E reafirmando que tudo tem conserto

Como poderia ser injusta contigo?
Perdoa, então, se de forma rude eu te digo:
É despeito o cerne do pranto que verto!