SAUDADE

Óh! Já não ouço, aqui o cantar da cotovia...

Já não mais a alegria, tão suave olor da brisa

Nossas manhãs de sol, quantas juras eu ouvia...

Foi cumprido o infortúnio, cruel pitonisa!

Onde agora o teu canto? Pra onde o encantamento?

Oh! Vento que ora passa, diz-me do meu amado;

Será que ele esqueceu promessas do momento?

Que então me sussurrava em tom apaixonado.

Ao longe, no alto mar, barquinho no horizonte;

Já na praia, alongo a vista, me invade a esperança:

Será que a guerra é finda, e ele vive, o meu amado?

Óh! Quisera até o barco houvesse grande ponte;

Morro-me nessa espera, feita de lembrança...

Volta breve, meu amigo, escuta este chamado!

Diana Gonçalves

09/07/2009 - Poesia Retrô