SONETO PARA O AMOR PERDIDO

Talvez se a transfigurada face

Revelasse a tristeza congelada

Dor polar em sonhos armazenada,

Cronos a alma libertasse.

Mas as dores ocultam-se

Nos porões de cruel armada,

Negras vestes engalanada

Onde máscaras prostram-se...

A verdade sobrepõe a fala

Cuja sutil vibração resvala

Para escolhas de clara agrura.

A paixão novamente à bala,

À mercê, na derrota cala

Dilacerando a alma impura.