UM HERÓI CEARENSE

A pé, vencendo o tosco calçamento,

Um sacerdote veste-se em batina.

Vai indo para o seu fuzilamento,

Que Portugal ditou-lhe a dura sina.

O padre Mororó*, de fronte erguida,

Caminha à frente da cavalaria,

Sabendo já que irá doar a vida

Por causas libertárias que nutria.

De um baobá ao tronco, junto ao Forte,

Bem no centro da Fortaleza antiga,

O heroico padre vai colher a morte.

Revel, do Frei Caneca companheiro,

O cearense a mão no peito instiga,

E as balas o estraçalham por inteiro.

Fort., 05/07/2009.

* * *

* Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque

Melo, o “Padre Mororó”, era simpático à

Confederação do Equador. A mando da

Coroa de Portugal, foi morto a tiros de

arcabuz, aos 30 de abril de 1825, centro

da Capital cearense, atual Praça dos

Mártires, ou “Passeio Público”.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 05/07/2009
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