Vingança
Edir pina de Barros
 
E não te quero mais, igual te quis outrora,
carrego dentro em mim profundas cicatrizes,
sinais de traição e marcas dos deslizes,
silente dor sem fim, sem cura, sem melhora.
 
O nosso sol se pôs e, enfim, nos resta a aurora,
distantes já se vão os dias mais felizes,
estou descrente, sim, das coisas que me dizes,
e nem me atrevo a crer que tu mudaste agora.
 
E tu me tens, aqui, nostálgica e vencida,
após demais te amar e de sonhar na vida,
depois de tanta luz, de paz e de esperança.
 
Agora tens a mim mais fria do que gelo,
do sonho só restou terrível pesadelo,
mas fico ao lado teu somente por vingança.
 
Cuiabá, 30 de Junho de 2009.
Estilhaços, pg. 94
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 30/06/2009
Reeditado em 19/10/2020
Código do texto: T1675092
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.