Soneto XX
Das histórias da vida que não tive
Decadência que submerge este inerme
Naqueles vales de brumas que estive
Algumas securas do arcaico verme.
Da saudade da tua voz a epiderme
Anseio escondido e a fúria que retive
Uma contida sanha do feroz germe
As luas cheias tristes o coração ative.
Na vida de outrora um mal silente
Teve impaciência e dedicação ao amor
Longa espera e nas lágrimas o favor.
Percepção fértil do verso dolente
No gosto a ruína do poeta que sente
A cor escarlate que lembra o temor.
HERR DOKTOR