SÓRDIDAS FERIDAS
Neste penar doído que perdura
É pesar sem ter crime cometido
É ver na vida só lamento e agrura
É uma desilusão sem ter olvido.
Por mais que eu queira não sentir a dor
Banindo as tristes mágoas já sofridas
Pisando sentimentos e um clamor
Permanecem as sórdidas feridas.
Quisera ver a vida simplesmente
Como quem vê as cores mais perfeitas
De um arco íris a brilhar no céu.
Mas no meu peito o pranto é tão pungente,
Que as cores são mostradas rarefeitas,
No desbotado sonho de papel!