AUSÊNCIA


Uma vontade enorme de ser verso
para falar de amor em meu poema.
Mas o amor de mim anda disperso,
falta-me o verso pra falar do tema.

Peregrino ao parnaso. É-me adverso.
Louvar o amor sem tê-lo, eis o dilema.
Calo da lira o som. Silêncio averso!
Amor sem ser amor, moção extrema!

Quero compor poemas nos embalos
de flores mais, em todas as escalas,
dos beijos que não dei nos intervalos.

Poemas de amor com minhas falas...
Mas os poemas... a quem dedicá-los?
As minhas flores... a quem ofertá-las?

Odir, de passagem