QUEM SOU
Metrificado pelo grande poeta-sonetista Odir, dando outro colorido ao meu poema capenga.
QUEM SOU
Do meu mundo sou só uma faísca
perpassando esfumado como um véu.
Como um corisco vivo, raio o céu
que trama trevas, rasga, flama e risca.
Trastejo trilha triste atrás de um sonho
e faço dele o choro da ausência.
Faço dos versos um cantar bisonho
que se esvai, derretido na essência.
Soletra a solidão um triste vento,
às vezes calmaria, ora nubloso,
tufando as velas cegas que enfrento.
Nau noturna, sem remo e palinuro,
ante a gárgula mãe do mar sestroso,
és o soneto a chorar em meu escuro.