ANJOS PERALTAS
No friso da parede segura,
Seis querubins brincalhões,
Disputam nos tapas, nos tropeções,
Um coração único que ali figura.
Três daquele, e três deste lado.
Um puxa pela asa o outro pela perna.
Cabo-de-guerra cuja cena terna,
Tem no centro um coração trincado.
Nas quatro paredes do meu peito,
Onde dorme discreta, a privacidade, no seu leito,
Quem fez este friso de significado tão diverso?
Os anjos são emoções? Medito a seu respeito.
No coração há amores? Maldito juramento feito,
A: “De quem eu gosto, nem às paredes confesso”
Drakkar
Vale conhecer e ouvir:
Nem às paredes confesso
Música: Ferrer Trindade, Artur Ribeiro
Letra: Maximiano de Sousa
Intérprete: Amália Rodrigues
Não queiras gostar de mim
Sem que eu te peça,
Nem me dês nada que ao fim
Eu não mereça
Vê se me deitas depois
Culpas no rosto
Eu sou sincera
Porque não quero
Dar-te um desgosto
[refrão:]
De quem eu gosto
nem às paredes confesso
E nem aposto
Que não gosto de ninguém
Podes rogar
Podes chorar
Podes sorrir também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso.
Quem sabe se te esqueci
Ou se te quero
Quem sabe até se é por ti
que eu tanto espero.
Se gosto ou não afinal
Isso é comigo,
Mesmo que penses
Que me convences
Nada te digo.