PÁSSARO FERIDO
PÁSSARO FERIDO
Sônia Sobreira
Sou talvez pássaro de asas feridas,
que paira sobre a solidão do ninho.
Não tive estradas largas e floridas
e das rosas eu so colhi o espinho.
Sou talvez pássaro de asas partidas,
que nesta vida sempre foi sózinho
e ainda chora as ilusões perdidas
que ficaram nas curvas de um caminho.
Sou talvez assim, igual aos meus versos,
de asas quebradas e sonhos dispersos,
onde a saudade é irmã da solidão.
Quem me dera encontrar porto seguro,
nas pedras escrever meus versos puros,
ter asas e voar pela amplidão!