Carta de Alforria
És Escola de Samba desfilando no meu coração
Num rumo incerto, numa íngreme subida
Num momento de saudade da face querida
Num atoleiro imensurável de emoção
Um sorriso triste marca a insana afeição
Num leque de dores de morte e vida
O eco de tua voz rouca pela brisa regida
Traz o feitiço incandescente laureado de paixão
Vejo o tempo passar alheio, sem cortesia
E meus dias transcorrem como uma novela
Num enigmático musical isento de melodia...
Oh, Shiva, deus hindu, que destrói e renova com ousadia
Levite do fundo do Ganges a chave desta cela
Quero apenas e tão somente... Minha carta de alforria.