As cartas
As cartas
Todo dia eu ia no correio
enfrentar aquela sem fim fila
pegava sua carta com total enleio
e saia fagueiro pelas ruas a exibi-la
Sonhava em meu sonho de amor devoto
ler que tua volta enfim se consumaria
mas meus olhos vivos ficavam mortos
ao ler a negação da minha alegria
Dizias sempre em letras tortas
frias e sem qualquer gota de poesia
que ficarias por mais uns dias
e minha esperança sempre devota
foi definhando na melancolia
e o amor foi aceitando a derrota.