Para o dia de morrer

à Mário de Sá-Carneiro

Sentado no escuro de um quarto qualquer

Como Sêneca sou ajudado no fim

Nua ambição de morrer, verve de mulher

Medos aflitos e um rosto de marfim.

Insônia e uma praga que tanto requer

A morte no emblema arbitrário o jardim

Nos séculos na vastidão a me escolher

Silva áspide na peçonha sem fim.

Na boca humana o último riso hiante

Um vício e a loucura que se apossa

Olhos vermelhos e uma dor que não passa.

Terás que enfrentar os teus vis demônios

O veneno da vida em seus domínios

O poeta da árida vida bacante.

HERR DOKTOR

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 26/06/2009
Reeditado em 26/06/2009
Código do texto: T1668258
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