Para o dia de morrer
à Mário de Sá-Carneiro
Sentado no escuro de um quarto qualquer
Como Sêneca sou ajudado no fim
Nua ambição de morrer, verve de mulher
Medos aflitos e um rosto de marfim.
Insônia e uma praga que tanto requer
A morte no emblema arbitrário o jardim
Nos séculos na vastidão a me escolher
Silva áspide na peçonha sem fim.
Na boca humana o último riso hiante
Um vício e a loucura que se apossa
Olhos vermelhos e uma dor que não passa.
Terás que enfrentar os teus vis demônios
O veneno da vida em seus domínios
O poeta da árida vida bacante.
HERR DOKTOR