QUEM SOU?
No mundo, sou só uma faísca
e passo esfumado como um véu.
Como um corisco vivo, percorro o céu
que se trama e rasga, flama e risca.
Perambulo triste atrás de um sonho
e faço dele o choro da ausência.
Dos versos faço um cantar bisonho
que se esvai, derretido na essência.
Soletra a solidão um triste vento,
às vezes calmaria, ora tempestuoso,
estufando as velas cegas que enfrento.
Nau absurda, sem remo nem palinuro,
essa gárgula que me espia em mar sestroso,
este oblíquo soneto que me chora no escuro!
Navegando nas águas do poeta Oklima, com o soneto " EU ".
Que desculpe a imperfeição dos meus versos tão nobre amigo.