" VERSOS A UM RELÓGIO "

“VERSOS A UM RELÓGIO “

No relógio redondo da parede,

O tempo passa e, quando passa, estala

O compasso binário de uma rede

que vem e vai e, em vaivém, se embala...

Gotejam tique- taques no ar da sala:

é um passo que a outro passo se sucede...

É o tempo que, passando de bengala,

para o fim do sem- fim, por lá se perde...

E o casal dos ponteiros cirandeia

com seus sessenta pés de centopéia,

nesse turismo de inutilidade...

Lembram dois ébrios, loucos de tontura,

Rodeando, no relógio, em vã procura

do lugar onde mora a Eternidade!

ITALO ZAILÚ PEREIRA GATTO

Italo Zailu
Enviado por Italo Zailu em 24/06/2009
Código do texto: T1664320