" VERSOS A UM RELÓGIO "
“VERSOS A UM RELÓGIO “
No relógio redondo da parede,
O tempo passa e, quando passa, estala
O compasso binário de uma rede
que vem e vai e, em vaivém, se embala...
Gotejam tique- taques no ar da sala:
é um passo que a outro passo se sucede...
É o tempo que, passando de bengala,
para o fim do sem- fim, por lá se perde...
E o casal dos ponteiros cirandeia
com seus sessenta pés de centopéia,
nesse turismo de inutilidade...
Lembram dois ébrios, loucos de tontura,
Rodeando, no relógio, em vã procura
do lugar onde mora a Eternidade!
ITALO ZAILÚ PEREIRA GATTO