TEU RETRATO


Entre as folhas de um livro, por ti posto,
encontro o teu retrato – a mocidade,
aos vinte e cinco anos de idade,
suavizando as linhas de teu rosto .

Arrosto de candura, a custo imposto
na face, a confessar felicidade,
a máscara perfeita da maldade
que vestiu a mulher do meu desgosto .

Um sorriso inocente de criança
que o destino apagou, feito a lembrança
de um amor que por ti me fez devoto .

Onde estás, o que fazes, nada sei
que lembre aquele amor que, se matei ,
renasce no infinito desta foto.

Odir, de passagem