OS RIOS DO POETA


Baila , Poeta, sobre os teus sentidos,
decanta todos eles em repique,
de versos magistrais eleva um dique
e navega no mar dos tempos idos.

Solta os sons que resguardas nos ouvidos,
antes que o canto mudo e surdo fique.
Parla palavras puras da psique,
que os sonetos te são agradecidos.

Pluraliza a poética dos temas.
Diversifica os sóbrios e os facetos,
liberta as formas férteis das algemas.

Silencia os sinais obsoletos,
esparrama, em cascatas, teus poemas,
para que formem rios de sonetos!

Odir, de passagem...