AS HORAS DO SEM FIM
Seis horas da manhã. Por certo, agora,
acordar-me com um beijo ela quisesse
e a despertar desejos me fizesse
esquecido do mundo lá de fora.
Quatro horas da tarde. A essa hora,
ligava para mim, onde estivesse,
com mais amor, se mais amor tivesse
e não houvesse o tempo de ir embora.
Oito horas da noite, e tudo cala.
Somente o relógio ainda embala
seus passos de compassos sempre iguais.
Meia noite, outro dia se prepara
enquanto a minha espera não repara
que ela se foi, que já não volta mais...
Odir, de passagem