NO FRIO DESTA CAMA!
Tentando amenizar a dor do amor
Que, silente, abortou de minha vida,
Abrigando outros braços, na partida
De todos – me causaram dissabor.
Tua barba que não roça o meu rosto
Teus pés já não aquecem mais os meus.
No frio de minha cama é só desgosto
Reflete a imagem triste do adeus!
Porém, se acaso um dia, na inclemência,
Que te fará sentir a minha ausência,
A falta que te faz o meu calor...
Podes voltar ao teu ninho de origem
Onde me provocas tantas vertigens
Na cumplicidade do cobertor!