Águia
Sandra M. Julio
Como águia, mergulho penhascos, distantes mares,
Onde a ilusão se faz ondas, chorando espumas, perdidos sonhos...
Em meus olhos, realidade arde tantos ais, soltos pares, distantes ares,
A solidão inunda horizontes, onde crescente lua, desperta devaneios.
Perdido pássaro em essências, quem sabe, vãs...
Voando, desafiando o teu, tão meu estio, ermitão...
Espio entre as treitas do futuro, amanhãs
Que, pela teimosia d’alma, jamais chegarão.
Sigo meu vôo errante, ouvindo da vida, o sopro
Da morte o grito, ecoando pelo infinito
A saudade, de todo um tempo, perdido.
Águia solitária, errante pássaro, que como eu, chorou...
Fundindo-se à dor, gemeu, rezou, perdidamente amou,
E, como a folha de um livro triste, alma finada, voou.
Sandra
10/10/07