Águia

Sandra M. Julio

Como águia, mergulho penhascos, distantes mares,

Onde a ilusão se faz ondas, chorando espumas, perdidos sonhos...

Em meus olhos, realidade arde tantos ais, soltos pares, distantes ares,

A solidão inunda horizontes, onde crescente lua, desperta devaneios.

Perdido pássaro em essências, quem sabe, vãs...

Voando, desafiando o teu, tão meu estio, ermitão...

Espio entre as treitas do futuro, amanhãs

Que, pela teimosia d’alma, jamais chegarão.

Sigo meu vôo errante, ouvindo da vida, o sopro

Da morte o grito, ecoando pelo infinito

A saudade, de todo um tempo, perdido.

Águia solitária, errante pássaro, que como eu, chorou...

Fundindo-se à dor, gemeu, rezou, perdidamente amou,

E, como a folha de um livro triste, alma finada, voou.

Sandra

10/10/07

Sandra M Julio
Enviado por Sandra M Julio em 19/06/2009
Reeditado em 23/08/2010
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