Ilusão

Ser do tempo deseja a existência

E remove montanhas hipotéticas

No fluir gracioso, nas estéticas

Puras tramas fatais da imanência,

Justo aqui, na divina luz, clemência,

Que percorre a espinha nas frenéticas

Ondas súbitas, altas, quase atléticas,

Kundalini a subir com mais potência.

Alegria, prazer, com reverência,

Percorridos os cumes da atenção,

Eis o tudo que há, no mais a dor,

Que destrói o momento e a paciência,

Traz de volta as vis teias do torpor

Faz do Nada sutil ilha... ilusão.

Comentários comentados:

""alo poeta ******** como vai?**** Poema sensível e reflexivo.. o poder e a energia de nossa alma pode se iludir, meio adormecida, mas sempre voltará a seu centro infinito de força ...*** Um beijo azul com saudades""

Enviado por Silvia Regina Costa Lima em 16/06/2009 15:12

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Rapaz, sempre que escuto falar em alma fico confuso. Alma em oposição a corpo, alma é coisa divina que é soprada no momento da concepção, alma é o que sobrevive quando a gente morrer, morrer é quando a alma fica desncarnada, etc... Eu, sinceramente, acho que alma não existe. Existe o corpo com suas manifestações espirituais. E existe muita ilusão. Paro por aqui, qualquer dia tento uma redação sobre o assunto, mas é o tipo da coisa que a gente não faz muita questão de ver. JL.

A alma natural anima o corpo e o espírito nos religa ao Divino....simples mas muito reflexivo.. Belo poema...parabéns , poeta!!!!! bjs bjs..

Enviado por Petrovana em 16/06/2009 18:35

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Bem, entendo alma natural como nosso patrimônio genético, recebido da feliz combinação entre o pai e a mãe, cada qual trazendo a sua contribuição. É como se a vida conspirasse todos os milhares ou milhões de anos de sua existencia em evolução sobre a Terra para que surja um ser humano único e individual, mas com toda a carga genética acumulada pelos ancestrais. A reprodução passa essa "alma" em evolução genética para frente. JL.

Magnífico soneto mestre Jacques Levin, só o fato de se retratar algo além da matéria, já nos tira do da simplicidade do pó... Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...

Enviado por Jacó Filho em 16/06/2009 18:42

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Fico feliz que mestre Jacó Filho tenha gostado. JL.

... Acho que o amor faz a gente acreditar nessas ilusões... Eu acredito em alma, acredito em milagre... E até acredito em anjos... Boa noite! maravilhoso seu soneto!

Enviado por Neusi Sardá em 16/06/2009 18:45

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Eu também poderia acreditar. Ah, um anjo também poderia aparecer pra mim! Milagre eu já ví acontecer, mas todo mundo achou que foi coincidência. JL.

Sei lá. Eu aprendi a amar a vida do jeito que ela é. Tive uma infância imersa em sonhos, uma adolescência atormentada por sentimentos mal-compreendidos e sou um adulto consciente que logo estarei velho, mas sem fantasias, a vantagem que vejo da maturidade. E a morte, o gran finale, entre os risos do novo. Uma vida infindável seria insuportável. Um abraço.

Enviado por Jimii em 17/06/2009 09:26

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Bem realista, o Jimii. Mas aquela posição socrática é bem interessante. Sei que nada sei, e estou receptivo a todas as possibilidades. JL.