NAMORADO
© Lílian Maial



As vestes que me despes na lembrança
São véus, que eu sete vezes me enrolava.
É o teu olhar que enrosca, feito trança,
Serpenteando as curvas que ocultava.

Carícias e promessas de aliança
No ardor, que essa paixão incendiava.
Parceiros apressados nessa dança,
Nuns passos tão febris, que eu delirava.

Meu namorado é o muso dessa rima,
Tão lindo como rara obra-prima,
Que um escultor de sonhos fez soneto.

Quisera ser aquela sua estrela,
Brilhante e feminina, por não sê-la,
Que seja o meu amor seu amuleto!


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