Liames
 
No espelho da orla, refletem a luzes
que a noite chegou à cidade praiana;
as águas prolongam efeitos e aduzes:
há brilhos no mar, do navio à chalana.
 
Do meio da serra, varando a neblina,
o quadro irreal aparece suspenso;
a sombra esfumaça contornos, inclina
o foco do olhar para além do bom senso.
 
A quase fusão das imagens noturnas,
sugere que a vida se ergue em camadas
e nunca se sabe, onde o esquema tem fim.
 
Jamais tenho fé, do que chega até mim;
estranha, percorro entre as linhas traçadas,
o interno recanto, por grotas e furnas.

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