SONHOS DE MOÇO


A mesma praça onde rondei esperas,
o mesmo banco, agora descorado,
recordações de antigas primaveras,
dos versos fáceis feitos no passado.

O coreto dos pegas e paqueras,
das urgências dos vícios do pecado,
das inocentes crenças nas quimeras,
das delícias do beijo enfim roubado.

Dos meus dias de moço inda consigo
viver os sonhos e sonhando sigo
dando vida ao que o tempo me levou.

Mas o espelho expõe o meu castigo.
Nele eu pareço muito mais comigo,
que da forma que penso como sou.

Odir, de passagem