TEU FEITIÇO

Me enfeitiçaste! E desde que me abandonaste

que um pé de ventania brotou em meu caminho.

E imensurável foi o tamanho do devaste

de fazer-me morrendo assim: bem de pouquinho...

Sei que nunca tivemos qualquer compromisso,

que fui somente letras no teu pergaminho.

Ou versos e reversos teus... Eu sei bem disso.

Mas, nem assim, eu não curo a dor desse espinho.

E lágrima e suspiros não há que me baste

ao sentir-te de mim tão afastado e omisso,

fazendo-me ser rosa sem folha e sem haste...

Meu ser inteiro faz-se então, em rebuliço,

onde na insanidade que chega em contraste,

eu sigo; mas sem livrar-me do teu feitiço...

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 07/06/2009
Reeditado em 17/01/2015
Código do texto: T1636805
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