TEU FEITIÇO
Me enfeitiçaste! E desde que me abandonaste
que um pé de ventania brotou em meu caminho.
E imensurável foi o tamanho do devaste
de fazer-me morrendo assim: bem de pouquinho...
Sei que nunca tivemos qualquer compromisso,
que fui somente letras no teu pergaminho.
Ou versos e reversos teus... Eu sei bem disso.
Mas, nem assim, eu não curo a dor desse espinho.
E lágrima e suspiros não há que me baste
ao sentir-te de mim tão afastado e omisso,
fazendo-me ser rosa sem folha e sem haste...
Meu ser inteiro faz-se então, em rebuliço,
onde na insanidade que chega em contraste,
eu sigo; mas sem livrar-me do teu feitiço...