SONETO À MINHA MORTE
Quando a morte fincar em meu peito a espada,
E minh’alma adormecer num sono derradeiro;
Quero morrer sem uma lágrima, oh! Amada,
Tendo as tuas mãos como terno travesseiro.
Que não chores de tristeza, nem de espanto,
Por findar nossa união, pois não te abandono;
E possas sentir que este poeta te amou tanto,
E não menos te ama neste derradeiro sono.
Quero morrer sem uma lágrima, pois a vida...
Foi eterna lágrima em nosso louvor, querida,
Mas eis o que me espera... Eis minha sorte;
Adormecer sem uma lágrima e ir embora,
Chorar para quê? O que importa agora...
É encarar a vida qu'está doutro lado da morte.