A lua e... Eu.
A lua me olhou de um jeito triste
Seu brilho parecia ofuscado
Não quis me inspirar nenhum versado
Poema que da dor fosse um despiste
Fiquei ali... Olhando para ela
Buscando modo algum que a alegrasse.
E, depois que muito tempo se passasse,
Então pude entender a lua bela.
Refletia a figura, do descaso, indefesa,
Que aqui de baixo solitária a admirava
E que um pouco de alento ansiava
Para afastar seu coração da tal tristeza
Ficamos então, as duas, num duelo,
Ela tentando colocar em minha face
Seu brilho infindo de beleza estonteante
E eu tentando ver na lua inocente
As minhas dores como forma de disfarce,
Tornando-a cúmplice de um mau fadado elo.