Se acaso...
Se acaso no apogeu do meu querer
Sentires nele próprio grande orgulho
Não será fingimento ou desquerer
Decerto esse delírio em que mergulho
Trate-se frenesi de não se abster
Que o mundo acabaria em grande embrulho
Quando o caos se instalasse no prazer
Sem distinguir de nós qualquer arrulho
Se teus beijos refletem-se, destilam
Multiplicando o imenso dos lampejos
Pois sei que em teus segredos se apostilam
O elixir deste mimo benfazejo
E envoltas em venturas que desfilam
As quentes majestades do cortejo
Miguel E Gonçalves