APOSTA INFAME
No ponto, o ônibus que não chega.
No bar, um velho que me olha.
"Me olha" com se fosse a sua “nêga” .
Na boca, a escorrer, a baba molha.
O único dente, na parte inferior.
Que o sorriso infame revela.
Bem como o cheiro de álcool no seu interior.
Desprezível. Como um vilão de novela.
Não lhe dou confiança e decidida,
Olho-o de forma ríspida e me afasto.
Pensando: Se encostar, saio correndo...
O ônibus que chega e me salva a vida.
Cândida frase, ainda, ouvi do ser nefasto:
Se você apostar, eu te surpreendo!