ESPERA INÚTIL


Eu continuo a crer no que não vejo,
imaginando vultos no que penso.
Continuo a sentir o mesmo pejo
de ser confesso de querer imenso.

Permaneço na posse do desejo,
poeta da paixão, que perde o senso.
A minh’alma me ajuda nesse andejo,
criando estado emocional pretenso.

Pelo amor dos meus sonhos passageiro,
parado, permaneço no roteiro
que me leve ao visível da quimera.

Impiedoso, o tempo no ponteiro
de meu relógio, passa o dia inteiro
mostrando o inútil dessa longa espera...

Odir, em passagem noturna...