JEITO DE SER DAS MÃES
A mãe vê sempre um filho muito puro:
Ela defende a sua prole a fogo.
A mãe vislumbra muito, no bom jogo,
O parto que pariu e o quer seguro.
Da vida em alquimia, assim um mago,
A mãe desmancha-se, por vir a furo,
E, noite e dia, faz por dar mais duro,
Contanto que aos rebentos sobre afago.
O coração da mãe é feito um bonde;
Tem amplo espaço para o passageiro,
Ainda que apertado o tal se esconde.
E o passageiro do transporte – o filho
Ou filha – nunca a ser um forasteiro;
No âmago da mãe, um deus, com brilho.
Fort., 03/06/2009.