Esquecida
Ser aquela que anda a vagar
Ter na alma uma dor sufocada
Uma febre de viver e de amar
O impossível, o tudo e o nada
Ser o fim trágico dum momento
Ser aquela que chora, a virgem morta
A pureza envolvendo o pensamento
Do doce afago da morte à tua porta
Ser um sonho, desfalecer... Nem ser
A imagem pálida presa a uma moldura
Ter no peito um mar de mágoa e de sofrer
Ser poeta. Ser a própria Noite escura
Sonhar - amar - morrer. Só ser
Um nome esquecido a sepultura