A CHUVA
A nuvem camuflou o azul do céu,
O chão ficou moreno e mais tristonho.
Rugiram os trovões... Mas que escarcéu!
Um raio corta o espaço assaz risonho.
Aperta o coração da gente, o véu
De um negror esquisito e tão bisonho.
Os passarinhos voam sempre ao léu
Temendo o temporal hostil, medonho.
A nuvem sangra lágrimas de fel
E o temporal desaba. Que enfadonho!
Com chuva não se faz nada... Cruel!
Água se infiltra pelo chão pidonho.
Só nos resta ir pra dentro e sossegar
Pensando em nossa musa... E então sonhar!