SOLIDEZ
Ah! Quantas vezes flori com mera ilusão...
Destorci palavras de peso do meu coração.
Ah! Quantas vezes fui vidraça apedrejada...
De tão temperada, por nenhuma pedra fui quebrada.
Ah! Quantas vezes senti vontade de ter por inteiro;
De chegar a primeiro quando fui o derradeiro...
Ah! Quantas vezes eu sorri contradizendo o choro,
E vi que o sorriso é luz, e que a vida é ouro...
Ah! Quantas vezes, de inspiração, eu me inebriei
Ao jogar o olhar ao céu de esperanças
Quando a vida na tutela se fazia de lembranças...
Ah! Quantas vezes eu fui a mesma, uma só,
Quando precisei ser vinte
Para desatar um nó... Quantas vezes...
(Áurea de Luz)