LAMENTOS DE UM VELHO
Não sei nem onde vou, qual o destino,
Eu vou seguindo a sorte do meu fado,
Há sempre um quilo a mais, desde menino.
Já nem me ajuda mais o meu cajado.
Vou limitado com este fardo às costas,
Não há mais forças pra seguir a estrada,
Aguardo lá de cima uma resposta,
Já não suporto a carga tão pesada.
A cada estação é um quilo a mais,
Já conto umas noventa na jornada,
E até pra levantar-me sou incapaz.
Mas eu sigo, mesmo assim eu vou além.
Não sei aonde está minha chegada.
O socorro lá dos céus, uma hora vem.