LAMENTOS DE UM VELHO

Não sei nem onde vou, qual o destino,

Eu vou seguindo a sorte do meu fado,

Há sempre um quilo a mais, desde menino.

Já nem me ajuda mais o meu cajado.

Vou limitado com este fardo às costas,

Não há mais forças pra seguir a estrada,

Aguardo lá de cima uma resposta,

Já não suporto a carga tão pesada.

A cada estação é um quilo a mais,

Já conto umas noventa na jornada,

E até pra levantar-me sou incapaz.

Mas eu sigo, mesmo assim eu vou além.

Não sei aonde está minha chegada.

O socorro lá dos céus, uma hora vem.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 29/05/2009
Código do texto: T1621972