AS DORES DOS AMORES
Se todas aventuras, se meus fados
Trouxerem uma flor pros meus intentos,
Se qualquer coisa houver, cujos lamentos
Forem o amor, o amor tão desprezado.
Eu rendo-me ao ingrato sofrimento.
Pelo amor nunca sofri, eu nunca tive...
Nessas horas sutis eu experimento
Outra ilusão qualquer com quem convivo.
Amar é como achar dentro da gente
A lavra da maior jóia do mundo.
É o amor o mais sublime, o mais ingente,
É mais doce que o doce, e mais pungente
Quando não se tem, é a mais profunda
Das dores que corroem, a mais dolente.