POEMA DE MIM MESMO

São frias essas tardes sonolentas

Em que o meu amor fica vagando.

Das névoas que às colinas correm em bando,

De noite as alvas plumas se alimentam.

Também meu coração calado ao escuro,

Não vê do meu amor qual é o seu brilho.

Esses horrendos sonhos taciturnos,

Não sabem qual a dor no tombadilho.

Por este mar navego sem destino.

São tardes, arrebóis e a douta aurora...

E o amor que não me vem desde menino...

Minha nau eu vou guiando mundo afora,

Vou levando ao coração meu desatino,

Até chegar, em fim, a minha hora.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 28/05/2009
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