SONETO(011)

Os sabiás-laranjeira gorgeiam cantos,

Em revoadas, sobre os ricos pareirais,

Mas é nas gaiolas presos, em prantos,

De olhos perfurados, que cantam mais.

Queria ser essas aves que, em homenagem,

Mesmo, da natureza, sós e destronados,

Contemplam-te querida, feliz saudade,

Desde o novo e triste trono: engaiolados.

Fosse eu esses sabiás-laranjeira saudosos,

Que acarinham, de leve, tuas sensitivas

Ao sussurrarem música de amor ao vento;

Fosse eu esses belos, nobres e prazerosos

Pássaros que aquecem tua alma gélida,

Para enfim, receber amor, não desalento.

MAZZAROLO ANGHINONI
Enviado por MAZZAROLO ANGHINONI em 28/05/2009
Código do texto: T1619854
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