SONETO(008)

S'imbora para longe foste, ó serafim,

Meu anjo, minha vida, minha fada.

Resplandeceste teu rosto de marfim

No caminho téveo de minha jornada.

Estás tão calada e fria quanto a morte

Nesta vazia cidade, tão louca e sombria,

Chorando aflitamente tua pouca sorte

Pareces ter bebido o cálice da agonia.

Estás triste, pobre guria, é verdade,

Se eu pudesse, na terra, achar meios,

Te faria sempre sorrir e sonhar;

Mas sinto-me tão só quanto um frade

Sem nada entender e a que veio...

Chora, menina, teu gélido desamar.

MAZZAROLO ANGHINONI
Enviado por MAZZAROLO ANGHINONI em 28/05/2009
Código do texto: T1619850
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