SONETO(008)
S'imbora para longe foste, ó serafim,
Meu anjo, minha vida, minha fada.
Resplandeceste teu rosto de marfim
No caminho téveo de minha jornada.
Estás tão calada e fria quanto a morte
Nesta vazia cidade, tão louca e sombria,
Chorando aflitamente tua pouca sorte
Pareces ter bebido o cálice da agonia.
Estás triste, pobre guria, é verdade,
Se eu pudesse, na terra, achar meios,
Te faria sempre sorrir e sonhar;
Mas sinto-me tão só quanto um frade
Sem nada entender e a que veio...
Chora, menina, teu gélido desamar.