SONETO(006)
Quando, em êxtases caímos, na madrugada,
Fazia-se sentir o chorar d'algumas fontes
E o cantar dos sabiás pousados na ramada
Da bela floresta negra nos altos montes.
E, comprometidos, nós dois amamo-nos,
A nosso modo, sobre as verdes relvas,
Longamente, em eternos e divinos sonhos,
Sem perceber o perigo das grandes selvas.
Mas ao nascer do sol, unidos, enroscados,
Num grande amor, maior que o mar gigante,
Ouvíamos os rouxinóis a cantar afinados;
E, afastados da cidadela, sós, distantes,
Eu-tu, ainda abraçados iguais a hera,
Devolviamos os beijos que ambos dera.