Gigantes de metal
Densa névoa à madrugada erguera-se no horizonte.
Proverbial esperança soterrada no inflexível.
Contempla a paisagem de escombros o viajante,
Após a hecatombe, o abalamento irreversível.
Erguido à fornalha que o fere mas não consome,
Então sobreposto, traspassado, afixado, o metal
Faz suar, faz retornar à rigidez o Novo Homem,
Que fundirá e forjará com suas mãos o próprio mal.
E agora que, no afã, as alturas oxidantes fito,
Caótico turbilhão de ruídos – guinchos, gritos –
Abre alas para estas metálicas criaturas.
Perplexos ficamos no surreal horror do instante;
Mas corramos aos atropelos, pois estes gigantes
Tombam estrondosamente sobre vidas futuras!