CANTEMOS O AMOR

Cantemos o Amor, enquanto tempo sobra

Antes que caia do céu a labareda imunda

A abrir na terra vala tão profunda

Com força impenitente que a um edifício dobra

Cantemos esta vida entre outros pedaços

De corpos dizimados e mentes absurdas,

Cabeças enlouquecidas que ficaram surdas

Apagando do mundo os distintos traços

Cantemos o amor, ora, aqui repito

Sem calar em mim o inflamado grito

De viver um instante de imponderável glória

Se assim devemos escrever a História

Com choro, grito, sangue e aprofundada dor

Sem perder tempo, vamos cantar o Amor

New York, 11 de setembro 2001