PERDÃO VERSUS VINGANÇA
Sharik Letak
“Um ódio velho não cansa?
Há de cansar, como, não?
É tão mesquinha a vingança,
É tão sublime o perdão!”
Autor desconhecido
Porque tu desprezaste meu amor
E alguém ouviu-me a sina lamentar,
Me disse que pra aliviar a dor
Devia eu, de pronto, me vingar.
Porém quando se ama com ardor
E o desprezo vem nos machucar,
Há sempre em nós um pouco de calor
Que nos impede o mal com mal pagar.
Um olhar, um beijo acena na lembrança
Faíscas de uma doce esperança,
Como quem sopra brasas num fogão.
E quando a frágil chama em nós balança,
Sentimos quão mesquinha é a vingança
E vemos quão sublime é o perdão.