Amore langueo
Cresce a vontade, vaga na envoltura
Aparência de deidade, desejo e calvário
Não há alívio no amar desta criatura
Por uma deusa vou penando, o sacrário.
Nas brisas hostis um grande tormento
Quero confessar meu amor silente
Quero expirar falando, um atrevimento
No gesto grave uma morte contente.
Pretensão última da cansada espera
No afoito tempo da minha quimera
Pesadelo incomum que aqui se lança.
O poeta efêmero no amor alcança,
Na formosura de uma sagaz pantera
Que me tirou a vida e a esperança.
Rasputim